sábado, 23 de fevereiro de 2013

Brasil República



A legitimação do regime republicano desenvolveu-se na construção de novos símbolos e heróis.


Ao analisarmos de perto o processo de formação da República no Brasil, logo percebemos que o novo regime fora instituído pela força de uma minoria, apartada da maioria absoluta da população brasileira. Membros das forças militares e mais um restrito grupo de intelectuais discutiram, desde os tempos imperiais, as justificativas que fundamentariam a criação de uma República em terras tupiniquins. Entre outros argumentos, o conceito de modernização e o positivismo tinham grande destaque.

Chegando a 1889, a consolidação de uma República formada por um golpe desprovido de qualquer apoio popular abria espaço para a ocupação de uma lacuna. Afinal de contas, mesmo que apresentasse seus problemas, a extinção do Império criava um vazio no imaginário político nacional. Desse modo, os defensores do novo governo saíram em busca da constituição de um passado capaz de estabelecer a utopia republicana como um ideal que se materializou pela força de uma experiência dada ao longo do tempo.

Em um primeiro momento, observamos que os republicanos determinaram a reconstrução de nossa simbologia com o desenho de uma nova bandeira, a criação de novos hinos e outros brasões que fundamentassem a nossa ruptura. A liberdade e o amor à nação, frutos de uma clara influência do republicanismo francês, aliava-se à ideia de que a república guardava em si mesma as características de ordenação indispensáveis ao desenvolvimento nacional. Não por acaso, nossa bandeira sugere: “Ordem e Progresso”.

Paralela a essa simbologia, os republicanos também realizaram uma leitura particular do passado que também auxiliava na formação dessa mesma imagem positiva. Se por um lado a figura idosa de D. Pedro II apresentava o colapso da monarquia, a imagem de seu jovem e destemido pai, D. Pedro I, salientava a força do primeiro passo conquistado com a independência. Com isso, o passado era diversamente reconstruído a fim de sedimentar a experiência republicana com a consumação de antigos anseios.

Sob esse aspecto, Tiradentes pode ser visto como uma das mais importantes figuras que teve sua representação manipulada a fim de fortalecer a nossa República. Tendo atuado como militar, o alferes estabeleceria a sugestão de que as classes militares sempre estiveram em defesa das questões de interesse nacional. Ao mesmo tempo, sendo representado sob a figura de um mártir quase messiânico, Tiradentes é colocado como o formador de um ideal patriota em que a nação se colocava antes da própria vida.

Ao pensar e oferecer o modelo de nação – seja pela construção de símbolos, heróis ou histórias – os dirigentes republicanos mais uma vez mostravam a existência de um processo dado “de cima para baixo”. Por um lado vemos que muitas das interpretações sobre nossas figuras históricas estiveram presas a esse esforço de reconstrução dado na Primeira República. Por outro, a nossa persistente desconfiança com relação aos nossos representantes políticos escancara as falhas dessa situação desenvolvida no tempo.


História do Brasil República 
República Velha, República da Espada, presidência civil, Política dos governadores,
café-com-leite, divisões, Aliança Liberal, coronelismo, Revolução de 30.
Deodoro da Fonseca: líder da Proclamação da República
Marechal Deodoro da Fonseca: primeiro presidente do Brasil

Introdução
O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.

A República da Espada (1889 a 1894)

proclamação da República 
Proclamação da República (Praça da Aclimação, atual Praça da República, Rio de Janeiro, 15/11/1889)

Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto. 
O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia.

A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana)
Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.
República das OligarquiasO período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.
Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.
Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foram dois exemplos do movimento tenentista.
Política do Café-com-LeiteA maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período.

Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.
Política dos Governadores
Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.

A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

O Convênio de Taubaté

Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.

A crise da República Velha e o Golpe de 1930

Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

Galeria dos Presidentes da República Velha:  

Marechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891), 
Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894), 
Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898), 
Campos Salles (15/11/1898 a  15/11/1902) , 
Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906), 
Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909), 
Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910), 
Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914), 
Wenceslau Bráz (15/11/1914 a 15/11/1918), 
Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919), 
Epitácio Pessoa (28/07/1919 a 15/11/1922),
Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926), 
Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930).

Você sabia?

- O período da História do Brasil conhecido como Nova República teve início em 1985, com o fim da Ditadura Militar e início do processo de redemocratização. Este período da História do Brasil dura até os dias atuais. 
- A palavra República tem origem no latim res publica, cujo significado é "coisa pública". 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

"Pra começo de conversa!!"

"História é a ciência do passado e do presente, um e outro são inseparáveis"
Fernaud Brandel - Historiador francês.


"A história é feita de muitas partes, mas também é única. Somos parte de um mesmo processo que percorre o mundo e nos liga ao planeta. Perder o sentido da mudança é perder o sentido da vida e das oportunidades que ela nos dá, todos os dias, para transforma-la"
Hebert de Souza - Sociólgo brasileiro



 
Nossos amigos ali logo acima, estão pensando sobre o futuro, e quem não pensa sobre o futuro não é mesmo, por isso estudamos, trabalhamos, acordando todas as manhãs para mais um dia que nos espera.
Mas e o passado?
Mas será que quando pensamos em história, só nos traz a ideia de passado?
 
História não é sinônimo de passado. A experiência vivida no passado não pode ser revivida por nos - jamais poderemos saber o que sentia um gladiador da Roma Antiga no Coliseu, ou o que exatamente Napoleão tinha em mente quando decidiu invadir a Rússia, em 1812.
O que de fato aconteceu no passado por lá ficou - a história é nossa tentativa de reconstruir o passado a partir das evidências que dele permanecem.

CURIOSIDADE - A palavra "história", que tem o significado comum de "tudo que aconteceu até agora", origina-se da palavra grega historein, ou seja, "descobrir através de perguntas".

Podemos dizer que a História é o conjunto das indagações que fazemos acerca da história da espécie humana.
 
Mas a História não são apenas fatos!
 
Os historiadores não perguntam apenas "O que aconteceu?", mas também "Por que?", "Como?" e "Quais foram as consequências?"
 
São através dessas perguntas e outras questões e das conclusões que os historiadores chegam que o passado se torna,e para a maioria de nós, um campo muito mais compreensível.
 
E para você o que é a História?
 
E afinal de contas qual a importância em estuda-la?

 
"Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-los"
George Santayana - filósofo do século XX.

É com essas perguntas, e como as suas perguntas, que juntos iniciamos essa caminhada pelo saber da história, então já deixo um desafio:

1 - O que é história para você?

2 - Qual a importância de estuda-la?

3 - Deixe um relato de  algo ou algum fato, que tenha marcado a sua vida, através da história dos nossos dias.

Conto com a participação de todos, lembrando que esse espaço é nosso, uma continuidade da sala de aula em nossas casas.


Agora deixo um vídeo sobre o assunto para vocês!



Bons estudos, nos vemos aqui no blog e nas próximas aulas!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Exspectata carus alumni!



"Qual é a escola dos seus sonhos"? "Para mim, é a escola que educa os jovens para extraírem segurança da terra do medo, sorriso das lágrimas e sabedoria dos fracassados. A escola dos meus sonhos une a seriedade de um executivo e a alegria
de um palhaço. Na escola dos meus sonhos cada criança é uma jóia única, mais importante que todo dinheiro do mundo. Nela os professores e alunos escrevem uma belíssima história, são jardineiros que fazem da sala de aula um canteiro de pensadores."
                                                                                                   Augusto Cury


Queridos alunos!

Que neste novo ano letivo, possamos em parceria, trilhar pelo mundo fantástico que é a história, e juntos desvendar a história que somos nós.
Desejo um ótimo 2013 a todos nós!





Abraço sincero, Professor Luiz Carlos.